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sábado, 1 de janeiro de 2011

Um Novo Começo ?Quem sabe...


Soraia olha para o céu como se aquele simples ato fosse lhe dar inspiração para resolver ao menos alguns de seus problemas. Lembro-se que em vida sua mãe falava muitos sobre as estrelas, dizia que elas eram a alma de pessoa corajosas e boas e que deus em mérito a isso cedeu a elas o privilegio de serem admiradas durantes séculos.

A saudade em seu peito já sem vida doía de uma forma que ela não ia saber explicar. Apesar dos pensamentos tão distantes seus olhos vagavam pelo céu com uma lua cheia convidativa aos enamorados ou ate aos seus amantes. Sentindo uma presença não familiar ela fica em alerta. Sua visão busca naquela densa floresta por alguma forma de vida, ou não vida.

Ela anda cautelosa sempre atenta ao seu redor. Uma sombra passa rente ao seu corpo e para em uma campina aberta banhada pela luz da lua. Ela corre naquela direção tendo o cuidado de parar alguns metros do estranho ser que naquele momento tinha desaparecido nas sombras.

- quem é? O que querer? – ela esta com medo, nunca em sua vida imortal sentia isso. Apenas, quando sabia estar lhe dando com uma pessoa mais experiente que ela.

- o que uma criança faz aqui? Essa hora? Uma estranha voz grave ecoou pelas arvores, Soraia não sabia dizer de onde vinha, mas de alguma forma a sentia ecoar dentro de si.

- não tenho aonde ir, todas as famílias ao qual me uni de alguma forma caíram - nesse momento sua voz embargou, lembrar de suas antigas casas não era agradável. Principalmente de amizades desfeitas pelas quedas e pela distancia.

- mas locais como este não é feito para crianças, muito menos as imortais. Tem idéia do que pode estar escondido nas sombras minha jovem?

- sim tenho, inclusive estou conversando com “ele” neste momento.

Em gargalhar estridente vinha de todas as partes e nesse momento parecia sair do chão. Intimamente Soraia se segurava para não correr, ela sabe que com pessoas mais velhas essa é a pior alternativa.

- veio em busca de soluções ou quer tua morte definitiva criança?
Os lábios delas se esticam em um singelo sorriso. – e o que vossa excelência – o sarcasmo estava presente na sua voz – quer de mim?
- isso vai depender do que você quer jovem – neste momento ele se mostra um homem alto pálido vestindo smoking com seus longos cabelos preso e uma cartola.
Soraia se perde o admirando, na sua cabeça corria as perguntas “o que ele pode me fazer de mal?” “em que ele pode me ajudar?”, a incerteza a perseguia incansável apenas a visão daquela pessoa estranha como por encanto a acalmava.
- quero soluções!
E com isso veio à certeza, porque não tentar novamente.
- então me acompanhe. – ele se virou mostrando a braço para que ela segure e seguiram floresta adentro.

Lembranças...

Passagem de ano de 1831...

Lucy estava parada na sacada da mansão de seus pais, havia meses que se casará, jamais estivera tão apaixonada por uma “pessoa”, olha para ele conversando com seu pai sorrindo, movimentos leves e tão másculos, tudo a excitava, a encantava, mesmo durante seu abraço tinha notado o medo e o amor nos olhos dele, medo de ir longe demais e amor por ter escolhido sua parceira, para a vida toda o que seria bem longa.

Não se importava de viver apenas a noite, ele havia apresentado –a em toda sociedade de sua raça, com orgulho e posse, sim ela era dele e só dele, as vezes não acreditava que estava sendo tão feliz, mas sabia que nem tudo eram flores, ainda tinha muito dos valores humanos e a cada nova caçada tinha uma nova crise de consciência, com muitos serás que estavam certos ?

Não sabia ao certo , ele sempre lhe dizia que os humanos era gado e só isso, mas ela já havia sido humana uma vez, eram muitas perguntas que por hora não teria como responder.

-Venha amor , vão começar a queima de fogos!!!

Aquela voz rouca e animada despertou de seu devaneio , fazendo Lucy correr pela escadaria e jogar-se nos braços do amado, cobrindo-o de beijos apaixonados.

-Nosso primeiro réveillon, juntos. Disse baixinho olhando nos olhos de prata dele.

-Ano que vem prometo levar você á Paris, verá como os fogos são magníficos dilá.

Neste momento estouros e o champanhe, chegaram em belas taças de cristal bacará

Lucy arrepiou por completo ao mover o liquido espumante na taça e ver uma imagem da lua através de barras escuras, largou o objeto que se espatifou na calçada.

-Minha Linda o que houve? Perguntou ele amparando-a.

-Nada...nada. Murmurou esquecendo de treinamento de manter a pele aquecida e bem corada, estava gelada e levemente pálida.

Sua mãe veio até ela –Minha filha o que houve. Tocou-lhe a fronte –Mas você esta gelada está bem ?

Ele olhou-a preocupado e sorriu –Deixe-a comigo Senhora... já sei como acalma-la.

Ergueu nos braços e entrou seguindo para seus aposentos, trancou a porta deitando-a na cama.

-Amor calma, você não pode perder o controle assim, olhe- se no espelho.

Temeu olhar ,sabia-se fria e pálida.

-Estas com fome é isso?

-Não ...por favor só me abrace...

Ele o fez, acariciando lhe os cabelos rubros como sangue.

-Diga-me o que houve? Você ouviu alguma voz? Ou viu algo?

-Eu não sei... mas já estou melhor... temos de sair logo a minha mãe estará aqui...

Saiu dos braços dele, concentrando-se, num piscar de olhos estava aquecida e corada novamente.

-Isso minha bela pupila, você está aprendendo rápido!!! Disse beijando-a apaixonadamente.

-Eu amo vc. Disse ela abraçando-o.

-Eu também te amo, minha pedra preciosa, desdo primeiro momento em que lhe vi...soube que você era minha para toda existência...

Voltaram para o jardins da mansão...